quarta-feira, fevereiro 02, 2005

E o vento sopra...

Sempre gostou de funerais. Acreditava que ali as pessoas não conseguiam mentir. E que as pessoas estavam sempre mais bonitas para o último adeus.
Implicava com aqueles que insistiam em achar que ainda haviam coisas a serem feitas. Como se o círculo já não houvesse se fechado. E se houvesse insistência, era então a dela de sorrir mesmo que as lágrimas dessem o tom.
Preferia quando não se falava muito, mesmo gostando de certas histórias de tempos atrás. E pensava sempre que devia ter vivido no passado.
Levava consigo um retrato. Guardado no bolso, perto do peito.