segunda-feira, maio 23, 2005

A sete chaves

Tenho em minhas posses um caixa
escondida e selada
onde deitam meus segredos e dormem
porque procuras acordá-los?
insones são os teus?

terça-feira, maio 10, 2005

Não procure em mim sensatez, coerência
pois já se foi o tempo destas
e de agora em diante serão armas
e será ferro e fogo, sem tréguas
pois se é de guerra que falamos
faremos então a guerra das guerras
escolha tuas armas
lutarei de mãos nuas
pois é tudo o que tenho agora
as mãos nuas e o sangue que pulsa

terça-feira, maio 03, 2005

Céu

Diga-me somente a verdade.
E por verdade entenda-se tudo aquilo que quero acreditar. Não tenho ouvidos pra tudo aquilo que é dito pra me ferir. Não escuto o que corrói, o que poda, o que encurta, o que tira.
Pois que aquele impronunciável nome foi dito, num ímpeto de inocência e irracionalidade, profanando as minhas ditas verdades e manchando-as como tem feito com tudo desde aquele dia que eu teimo em não lembrar.
E vamos construindo então nossas novas verdades, derrubando antigos muros, ferindo e desabrigando aqueles que dependem do nosso teto pra viver.
Que vivam então, como eu vivo, a fitar as estrelas que furam o céu nas noites de coração frio.