terça-feira, abril 26, 2005

Fuga

Eis que as letras teimam em fugir
e não penso mais em domá-las
pois não tenho as forças para fazê-lo
e elas não são como as lágrimas
que sabem de cor seu caminho
e à nós basta dá-las a passagem
que chegam sempre ao seu destino

segunda-feira, abril 11, 2005

semeando

Pois que me vejo hoje lançando palavras ao sabor dos ventos na esperança que eles as levem a um destino certo, como as garrafas jogadas ao mar, que de uma forma ou de outra sempre chegam ao seu destino, seja ele qual for.
Sigo com a proteção de teus olhos de anjo, ainda que eles nada possam ver. E quando os meus olhos cruzam com estes teus que deixaste comigo, que o brilho que levas nestas tuas órbitas anda distante e apagado.
Assim, ao som de vozes antigas espero por ti, mesmo sabendo que não vais subir o morro hoje.
Continuo então, semeando as letras pelo vento para que chovam sobre tua cabeça e com sorte não se embaralhem tanto e possas lembrar que em algum lugar estou.
Fecho os olhos e meu mundo desaba. Pois penso que és invenção de minha mente.

quarta-feira, abril 06, 2005

Adeus à vida

de ti jamais esperei algo
o que colhi foi fruto do acaso
e se um sorriso estampa teu rosto hoje
minhas lágrimas foram um justo preço
pois venho por meio desta pedir
a minha renúncia do que não é mais meu
de herança, deixo o sofrimento e a incompreensão
pois comigo levo tudo o que há de bom
que assim faço mais feliz
a última travessia