Vivia pensando em ser artista. Atriz, talvez. Ou até cantora, seguindo os passos da avó.
Não pensava, no entanto em ser feliz ou coisa que o valha. A felicidade é como um cavalo selvagem, pensava. É muito mais bonito se apreciado à distância. E mais seguro.
Pensava muito, é verdade. Mas sabia viver sem pensar, se fosse necessário. E era assim, sem pensar que ela amava sem ser feliz. Amava completamente, sem atropelos racionais e sem percalços dramáticos. E como não era feliz, não precisava explicar aos outros como era ser feliz com seu amor.
E nesse amor de cama e cozinha, de forno e fogão viveu a vida toda. Viveu e amou sem ser feliz. E foi no fim, que descobriu que o tempo todo foi artista: da arte de viver. E sorriu.
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