escapa aos olhos a extensão
quase à lembrança
um esforço hercúleo
a manter a nau em prumo
contra obstinada bússola
eis que falhas vistas
logram toda lógica
deparo-me novamente
desta linha pertinaz
à frente um passo traz
ante ao ávido terror
de experimentado curso
um regresso repentino
de temida empreitada
resta-me então um ato
terça-feira, dezembro 05, 2006
V
jamais se curam
as profundas cicatrizes
inquieto e audaz se faz o sangue
presta as homenagens, o portador rendido
àqueles mais fortes, mais resistentes
a luta justa, luta franca
faltam-me a coragem e o tempo
um levaste o outro
qual, não me recordo
tomado pelos vícios rotineiros
pelas vias respiratórias
me falta, a morte
as profundas cicatrizes
inquieto e audaz se faz o sangue
presta as homenagens, o portador rendido
àqueles mais fortes, mais resistentes
a luta justa, luta franca
faltam-me a coragem e o tempo
um levaste o outro
qual, não me recordo
tomado pelos vícios rotineiros
pelas vias respiratórias
me falta, a morte
segunda-feira, outubro 30, 2006
apresenta-se um início
arrastado, sofrido e melancólico
germina nos cantos frios e úmidos do cérebro
replica-se e contamina, afetuosamente
cria então uma outra verdade na mente
fortalece-se encontrando o sangue
alimento total, carmim cabal
institui-se assim como síndrome
manifesta-se nas unhas, nos olhos
último estágio, o calendário
onde o risco marca
o fim
arrastado, sofrido e melancólico
germina nos cantos frios e úmidos do cérebro
replica-se e contamina, afetuosamente
cria então uma outra verdade na mente
fortalece-se encontrando o sangue
alimento total, carmim cabal
institui-se assim como síndrome
manifesta-se nas unhas, nos olhos
último estágio, o calendário
onde o risco marca
o fim
segunda-feira, outubro 23, 2006
.
Aqui está o contrário
no leito temporal divido-me
que aquilo que jurei incompreensível
desfia-se diante de mim na mais pura conformidade
acende-se em chamas turvas a dúvida divergente
gira sempre a fortuna, teu lugar é o meu
o teu, te ocupas em alcançar
órbitas celestiais, eternos desencontros
retornam eternamente
ponto
no leito temporal divido-me
que aquilo que jurei incompreensível
desfia-se diante de mim na mais pura conformidade
acende-se em chamas turvas a dúvida divergente
gira sempre a fortuna, teu lugar é o meu
o teu, te ocupas em alcançar
órbitas celestiais, eternos desencontros
retornam eternamente
ponto
sexta-feira, setembro 15, 2006
terça-feira, agosto 08, 2006
nada
O tempo do tempo é infindávelmente inatingível
em meio à multidão desconhecida passa, intangível
ponto significante no cerne caótico da rua
reconhecido e visto, perto o bastante para os olhos
intocável ao tato, tolhendo os dedos de seus desejos
à nos sobra apenas a vida, impensável vida
indizível e inegável
o que nos resta então?
dizer o que não devemos
beber o que não podemos
saber o que já sabemos
eis que a vida surge novamente
inscrita em prosa e verso naquilo que nos significa
a, b, c, e todo o resto
que não cabe no grafite e na linha reta
e no entanto é vida como todo o resto
na potência do segundo
esconde-se tudo
tudo
em meio à multidão desconhecida passa, intangível
ponto significante no cerne caótico da rua
reconhecido e visto, perto o bastante para os olhos
intocável ao tato, tolhendo os dedos de seus desejos
à nos sobra apenas a vida, impensável vida
indizível e inegável
o que nos resta então?
dizer o que não devemos
beber o que não podemos
saber o que já sabemos
eis que a vida surge novamente
inscrita em prosa e verso naquilo que nos significa
a, b, c, e todo o resto
que não cabe no grafite e na linha reta
e no entanto é vida como todo o resto
na potência do segundo
esconde-se tudo
tudo
quinta-feira, junho 29, 2006
os pássaros
Eis que em meu peito se apresenta
dor familiar, velha conhecida dos dias frios de inverno
entra arrebatadora desviando as atenções
ocupando imenso espaço vazio
enquanto me encontro em infinita labuta
encerro a vida demasiado curta
em quatro paredes, sem cortinas
espero a banda passar, esperançoso
passará, passará
dor familiar, velha conhecida dos dias frios de inverno
entra arrebatadora desviando as atenções
ocupando imenso espaço vazio
enquanto me encontro em infinita labuta
encerro a vida demasiado curta
em quatro paredes, sem cortinas
espero a banda passar, esperançoso
passará, passará
quinta-feira, maio 25, 2006
sexta-feira, maio 05, 2006
sexta-feira, março 17, 2006
Em fim sós
Cruzei contigo numa dessas esquinas movimentadas. Delírio.
Por um brevíssimo instante fui marcado por seu vermelho intenso, o memso que deixaste ao sair. Desespero.
Atravessaste a rua como um acidente de trânsito. Comoção.
Seguiu subindo a avenida arrastando a multidão com teu perfume de sol. Medo.
Avisei a todos que seguissem seus caminhos, apelo em vão. Amor.
Pois diga me a verdade, por fim, a verdade. Que o olhar que atravessou a rua não me encontrou no mar de gente, e seguiu só. Solidão.
Por um brevíssimo instante fui marcado por seu vermelho intenso, o memso que deixaste ao sair. Desespero.
Atravessaste a rua como um acidente de trânsito. Comoção.
Seguiu subindo a avenida arrastando a multidão com teu perfume de sol. Medo.
Avisei a todos que seguissem seus caminhos, apelo em vão. Amor.
Pois diga me a verdade, por fim, a verdade. Que o olhar que atravessou a rua não me encontrou no mar de gente, e seguiu só. Solidão.
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